Alma Mater do Poeta (ou, Soneto Plagiado)

1. Julga-me a gente toda por perdido,

2. Um inútil. Mas é tão justo sê-lo!

3. Para embalar meu coração dorido

4. Não me posso impedir de pôr-me em zelos.

5. No útero deste bar vou me elevando,

6. Ruflando as asas, sacudindo as penas,

7. Que vou pelos caminhos demonstrando:

8. A realidade é simples, e isto apenas.

9. Vim de longe, seguindo de erro em erro,

10. Vi mágoas, vi misérias, vi desterros:

11. Me estão negras paixões n’alma fervendo[!]

12. E tanto tempo fui assim vivendo

13. [Que] se soubesse que amanhã morria

14. Talvez morresse hoje... de alegria!

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1. Camões, 'Julga-me a gente toda por perdido...'

2. Fernando Pessoa, 'Opiário'

3. Mário Quintana, 'Rua dos Cataventos, VI'

4. Vínicius de Moraes, 'Os Quatro Elementos: I - O Fogo'

5. Waly Salomão, 'A missa do Morro dos Prazeres'

6. Raimundo Correia, 'As Pombas'

7. Carlos Drummond de Andrade, 'A máquina do mundo'

8. Mário de Andrade, 'Soneto (Dezembro, 1937) - Aceitarás o amor como eu o encaro?...'

9. Olavo Bilac, 'Via Láctea, III'

10. Camões, 'Em prisões baixas fui um tempo atado...'

11. Manuel Maria du Bocage, 'Sobre estas duras, cavernosas fragas...'

12. Guimaraens Passos, 'Nihil'

13. Fernando Pessoa (Alberto Caeiro), 'Quando vier a primavera...'

14. Cirilo (num vão delírio de grandeza...)

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Cirilo
Enviado por Cirilo em 27/02/2007
Reeditado em 27/02/2007
Código do texto: T395696