MINHA TAÇA

A minha taça por demais tingida

por estas manchas de vinho e saudade,

recolhe, hoje, restabelecida

belas lembranças de felicidade...

Nas grandes festas, de cristal tecida,

vibrava ao som da jovialidade,

na noite intensa, em nobre acolhida,

embriagava-se em sensualidade...

Hoje, tão só, seca e entristecida,

já tão vazia de amor e esperança,

revive à sombra, triste, constrangida...

no fim da noite, da orgia tida,

do tempo bom, que resta, na lembrança

da linda festa que lhe fora a vida...

Olga Maria Dias Ferreira

Membro da ASBL, AVLBL e CLIPE

Orguiss
Enviado por Orguiss em 28/02/2007
Código do texto: T396338
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