Sabiá
Canta, sabiá, teu blues melancólico;
Desperta o dia, alarma a passarada,
Dança nos galhos teu balé bucólico,
Faz mais bonita e rósea esta alvorada.
Espalha pela mata o teu encanto,
Risca com o laranja do teu ventre
O azul do céu num voo sem espanto;
E no capim do ninho põe semente.
Será triste o teu canto, ou serei eu?
O que buscas com essa ária incontida?
Amor, por certo, como busco o meu.
Nisso és professor, sou pobre aprendiz...
Ensina-me, pois, tão doce cantiga,
Para fazer voltar quem tanto eu quis.
_______
Desperta o dia, alarma a passarada,
Dança nos galhos teu balé bucólico,
Faz mais bonita e rósea esta alvorada.
Espalha pela mata o teu encanto,
Risca com o laranja do teu ventre
O azul do céu num voo sem espanto;
E no capim do ninho põe semente.
Será triste o teu canto, ou serei eu?
O que buscas com essa ária incontida?
Amor, por certo, como busco o meu.
Nisso és professor, sou pobre aprendiz...
Ensina-me, pois, tão doce cantiga,
Para fazer voltar quem tanto eu quis.
_______
N. do A. – Na ilustração, Sabiá Laranja de Sergio Spencer (Pernambuco).