Póstumo.

Morri. digo-lhes: estou feliz,

Aqui de cima, nestes vastos céus azuis,

Vejo meu túmulo e meu nome sobre a cruz,

provisoriamente escrito a giz.

No meu caixão solitária flor-de-lis,

Adorna o meu cadáver, em osso e pus,

e o meu espírito envolto em áurea luz

estável, abre a boca e assim diz:

Desculpem-se, mas perdi o entusiasmo,

Foi o desencanto, a rotina, esse marasmo,

A falta de amor que me mataram,

Mas no mundo é viver e morrer, não tem dilema,

Mas deixo-me aqui em forma de um poema,

Aos póstumos que me amarão, e aos poucos que me amaram.

Luiz Gonzaga Leite Fonseca
Enviado por Luiz Gonzaga Leite Fonseca em 16/11/2012
Código do texto: T3988265
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