Soneto sobre o nada numa tarde quente

sigo vivendo, me morrendo, renascendo

olhos cerrados mentem pra não dormir

buscando nada, querendo tudo, e nada tendo

bocas soltas e frescas morrendo de rir

um susto mudo e um nariz vermelho

outros versos escondidos no colchão

espirais girando e meu medo de espelhos

uma nota musical, uma bola de sabão

Eu sorrindo, eu chorando, eu sem chão

só mais um verso, uma canção pra te ninar

uma descrença, sua falta e um sempre não

fez-se certeza, fez-se verdade, era o mar

que me inunda coas águas triste da razão

um gato cego ou um cãozinho pra afagar

Lica
Enviado por Lica em 02/03/2007
Código do texto: T398909