Soneto sobre o nada numa tarde quente
sigo vivendo, me morrendo, renascendo
olhos cerrados mentem pra não dormir
buscando nada, querendo tudo, e nada tendo
bocas soltas e frescas morrendo de rir
um susto mudo e um nariz vermelho
outros versos escondidos no colchão
espirais girando e meu medo de espelhos
uma nota musical, uma bola de sabão
Eu sorrindo, eu chorando, eu sem chão
só mais um verso, uma canção pra te ninar
uma descrença, sua falta e um sempre não
fez-se certeza, fez-se verdade, era o mar
que me inunda coas águas triste da razão
um gato cego ou um cãozinho pra afagar