Serei, eu, Poeta?

Serei, eu, poeta?

Jorge Linhaça

Senhor, confesso que nunca entendi

Essa tal coisa de ser um poeta

Será escrever o que eu só senti

Ou será falar de coisas concretas?

Confesso Senhor, que chorei e ri,

Fazendo estrofes, das tortas ou certas,

Se eu sou poeta, jamais percebi,

Sou um cronista das coisas incertas

Se o poeta só fala de amor,

Eu com certeza estou excluído

Cutuco as chagas, exponho a dor,

Sou o catarro, o escarro cuspido,

Sou um guerreiro; sou gladiador,

Sou a voz rouca do povo esquecido.

Salvador,20 de novembro de 2012.