Abro a porta

Abro a porta que dá para a rua dos sonhos

e invade-me teu sorriso de menina,

olhar maduro e absoluto. Reluto,

e eis que passas, e, passando, já passou...

Pudera eternizar aqueles momentos

mudos, em que definiamos o amor e,

sem palavras, signo ou significado,

gritávamos, a uma só voz: felicidade!

Só tens agora (Meu Deus!) a idéia de culpa

(idéia, nem ao menos um sentimento!),

como quem abre uma porta por engano ou

errou de rua, e vira a esquina da ilusão.

Por estes caminhos tortuosos sigo,

a abrir portas e a escrever sonetos de manhã.

Adriano Dal Molin
Enviado por Adriano Dal Molin em 03/03/2007
Código do texto: T400017
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