NOS ESGOTOS DA VIDA

Um noctâmbulo andando exposto à gargalhadas

Sua alma decomposta esgueira-se nas ruas,

Sorri como se exposta a torturas mais cruas

Que o vai modificando, entranhas bem marcadas;

Um verme irá pastando as pútridas passadas

Lentamente uma crosta encobre as carnes nuas

Qual fora uma resposta às dúvidas tão suas

O vento vai cortando as costas já lanhadas.

Eu sinto que a natura irá cobrar pedágio

Por ter sobrevivido ao terrível naufrágio

E minha carnadura em plena podridão

O tempo que passei nos esgotos da vida,

Achando-me escondido em cama apodrecida,

Se tanto gargalhei, arranque o coração!

Fiz este soneto em alexandrino com rimas também na sexta sílaba poética, tentando dar um ritmo mais ágil aos versos;

espero que gostem do resultado...