Soneto do Chico morto

Mordo a boca empunhando caneta de pena

Ameacei o papel e ele

Riu da minha cara...

Tanta poeira e bagunça

Desarrumada casa,

- e você machucando o peito com samba!?

Desiludida da vida

Mais uma vez eu grito

- Bichano! Chico! Poesia!

Uma fúnebre tristeza me abateu no pressagio

Sei que era sábado o dia feio em que ele morreu.

Começo do mês de agosto.

Estou certa, não foi cachorro

Foi gente selvagem quem matou meu gato preto!

Meu felino filho

Preto atento

Tranqüilo

Bichano intenso

Asmático de tanto chamego ofegava...

Ludibriava o tempo do relógio

Com seu olhar hipnótico

Reinava imponente

Senhor do sofá da sala

Quem? Força brutal tiveram de despender ao cume

Capaz de arrebatar Chico Niger de sua casa!

Marlin sabe o que eu sinto agora

- Amaldiçoa o carrasco do meu gato!

Penso que deve morar a meu lado

O ceifador do chamino alheio.

Nazista.

Que neste poção de subúrbio infestado de gatos

Matou o único preto que houvera.

Sem pensar no amor profundo

Que pra sempre nos uniu

Nem saber que o ódio

Jamais nos separaria.

Mordo a boca que agora já sangra

Acordo em desencantos, nem se quer completaste o primeiro ano

Primeiro de Outubro. Nem isso!????????

Mas que o mundo não se furte saber que tu

És de linhagem negra felina + pura.

No velho mundo seus ancestrais foram trazidos da África

Como presentes aos nobres.

Fui sua humilde Ãma,

Mãe, amiga e fiel discípula.

Grito pela poesia que chama seu nome

E que há tempos

Quis te escrever,

Escuto seus sambas

Nunca vou te esquecer!

Ao Chico meu gato preto

Meu preto gato

Chico o gato negro do olho amarelo.

Demaisamado!!!!

Pirilampo
Enviado por Pirilampo em 05/03/2007
Código do texto: T402318