Soneto da Dor do Amor

Jorraste meus fantasmas pela porta

Estarrecendo o gosto prometido

Da companheira vívida que aporta

Tragando meu martírio em vil gemido.

Minha alma transparente, a dor aborta,

E corta penetrante, o decidido

Momento de sangrar, por cava, aorta,

No sonho deste amor apodrecido...

Antúrios que plantaste nos canteiros

Trocados pelos lírios roxos, tétricos,

Os túmulos do amor são corriqueiros

Em quem serpente veste; viperina...

Escarras com teus risos sempre elétricos

E ao mesmo tempo, acode e me domina...