A saga de um faminto

Eu poderia num só poema dizer tudo o que sinto,

Mas correria o risco de dizer o que não devo.

Eu poderia num só soneto não ter reservas no que escrevo,

Mas poderia incorrer em incoerências, instinto.

Quando o poetar é doce e não absinto

Basta assumir uma caneta ou um teclado e sinto o enlevo.

Tá no sangue, tá na alma, se destaca em alto-relevo.

Em cada frase, em cada verso, a saga de um faminto.

Uma fome de expressar o que na boca sai como dança.

Não é preciso gritar para se fazer ouvido,

Basta uma inspiração e eu já me sinto resolvido.

Eu poderia num só escrito exprimir toda a minha desvairança,

Mas me abstenho e me dou como um abstraído.

Afinal todo dia é dia de poesia e disso eu nunca duvido.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 13/12/2012
Código do texto: T4034509
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