MELANCOLIA - I


Vieste melancolia me afundar em desamor.
Como vaga que no mar se levanta furiosa.
Agigantando-se em desvario o teu furor
Arrasta-me envolvendo, densa e espumosa.

Quantos foram para o fundo com teu ardor?
No teu canto lúgubre te mostraste jeitosa
Quantos já te trocaram saindo da dor?
E desabastes frágil, cobalida, chorosa.

Agora sou a quem se entrega tão docilmente
Aos teus arroubos de amante e me cativas
Na penumbra do meu quarto entre lençóis

E nesta tristeza que me embala veladamente
Sou Aquela que enlutou pela alegria perdida
Nos vinhais de dores vejo o mundo mais atroz.

Belém, 18/12/12 - 23h36

Angela Pastana
Enviado por Angela Pastana em 19/12/2012
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