SONETO DESESPERADO
Por quantas vezes não vejo tua face
e fico triste, sinto-me sozinho
fico distante – pássaro sem ninho
e a noite fica e o dia não nasce.
E esses dias – que são tão cruéis
só fazem mal ao meu viver
tento respirar, tento ao menos ser
mas não sou: foram-se embora os anéis.
Foi embora a felicidade
por não poder te enxergar.
Procuro-te por toda a cidade
mas não consigo te achar
e fico só, com minha solidão
e tua lembrança no meu coração.
19 de Março de 1993