Soneto do Nosso Amor

Sendo vésperas, somos o futuro

Escarnecido, escancarado, aberto?

Quando alopradamente salto o muro

De tantas armadilhas de um deserto

Tal qual fora uma reles escultura

Moldada num passado mais incerto

Forjada da cruel caricatura

Que somos, quando vistos mais de perto;

As faces enrugadas dos meus pântanos

Internos, fogos fátuos de esperança,

Chovendo meus retalhos mesmo em cântaros,

Unidos com teus restos, andam juntos...

Os hálitos-esgotos dão fiança

Os sonhos procelares, bens conjuntos...