SONETO DO TÉDIO ABSOLUTO

Sou pasmo, vou espasmo, estou cansaço...

Sou mesmo, menosprezo, mas me prezo.

Na ação que reação rechaça o aço

As frisas e os frissons eu frito e freso.

Nas câimbras e cambraias, baias, braço,

Sou liso, vou revés, revisto ileso.

Me corto, aborto mato e já renasço

Meu arco, parco barco marco e peso.

Útil é ser sutil cantil vazio

Que cede quando a sede faz assédio

Repique de pileque; eu me vicio

Do signo do diabo acabo sendo

Não me enche o saco estou morto de tédio!

Remédio pra gozar é ir morrendo...