Cigarra.

Sabe que a morte a espera: E canta.
Seu belo festim contagia áqueles que esperam pelo sol
Ela talvez saiba o quanto é amada: Mesmo por interesse.
Os seus agudos, e graves invadem a alma até do insolente.

Vive debaixo da terra por doze longos anos: Eclode e morre.
Sim seu viver é por amor, seu canto é por paixão...
Sua vivenda é por um fio, e ela sonoriza isso...
Seu mundo é de poucas horas...

Cigarra decantada por ser bela artista, e por cantar a vida...
Encerrada em um destino torpe: Morrer para dar lugar...
Dar lugar a outras, suas filhas...

E estas seguirão esta mesma sina de cantar e fenecer...
Desabrochando os cânticos de viver....De seguir...e nascer.
E eu aqui, escutando seu canto kamikase....sou mansidão.
Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 15/01/2013
Reeditado em 15/01/2013
Código do texto: T4085790
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