Soneto do Amor ao Próximo

Escarras no mendigo dentro em ti,

Culpado pelos erros que cometes.

O manto tão sagrado que pedi

Asperges com vermífugo em pets;

Na carne exposta o gozo já se ri

E varres os escárnios que repetes.

Se empunhas tantos pulhas, bem te vi

Jogando nos ladrões os teus confetes...

Depois caminhas; livre e sorridente

Como se fosse um nada, o quase ser

Que mostra como um cão meio sem dente

A face que tu teimas em negar.

Talvez seja melhor não se esconder

E em todos os famintos vomitar...