O MEU FIM
Senhor... aperta-se o cursor das dores
Como a arca empanturrada em brilho, de ouro
Meu pobre corpo, vaso sem amores,
Sem luz, sem os troféus e sem tesouro!
Dai-me, Ó Pai, asas para os esplendores...
Para voar, sem medo e sem desdouro,
Levando na alma luz... nos braços flores
No amanhecer iluminado e loiro.
Fecha-se o cerco, o corpo qual gigante
Ao vendaval já cede... cai pujante
Sem desferir um só lamento, cai.
Adeus família... amor: o meu troféu.
São Pedro, abre-me as portas de teu Céu,
Acolhe-me, Senhor... Meu Deus... Meu Pai!