Aquilo que não pude encontrar

Quer seja pelas falas, ou no calar que me enterras

Por muito querena, teu baloiçar por dizer me inquieta

Por hora então faz-me torturosa, teu falar me negas

Cuja fala me vem por qualquer dita frase incerta

Adormeço entre teus seios, finjo ao redor não ver

Aguardo-te num sussurro brando, para me despertar

Mas cá, aconchegado, percebes e nada queres dizer

Pois seria pecado a ti o meu rogado sonho malograr

Oiço, um soluço, que me é perene do prantear

Olhos serrados, dou-te em pressa para dizer-me

Logo engoles depressa, o abrolho para me o negar

Então faz-se consolo o teu sofrimento que se dá

E pedi-me num olhar para de ti não esquecer-me

Dar-se dia, oiço choro, amor eu vi, de ti não há.

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 12/03/2007
Código do texto: T410500