Soneto de infidelidade

Ao meu amado prefiro tudo e todos,
E em face do maior encanto escolho
Aquele que não amo; entrego-me ao outro,
Mesmo que eu e meu amado felizes fomos.

Eu prefiro a aventura incerta aos sonhos
Que nutri com meu companheiro louco
De amor por mim, porque por ele pouco
Doei-me, apesar dos celestes planos.

E assim quando mais tarde me procure
O arrependimento por ter deixado
Aquele que de verdade tanto amo,

Possa eu dizer ao coração magoado,
Perdão fiel amado por tal engano,
E que meu Deus esta ferida cure.


in.: MORAES, Márcio Adriano Silva. Via Crucis. São Paulo: Expressão e Arte, 2009, p. 18.

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