Soneto da Alma Desnudada
Meu verso traz o corte da navalha,
As garras afiadas vão expostas.
Se a dura realidade fere e talha
As almas se desnudam decompostas...
Desculpe se recendo a uma mortalha
Que serve p’ra ocultar as minhas costas
Na boca desdentada, qualquer falha
Se mostra mais ferina, presas postas.
Um aço que penetra bem mais fundo
Talvez seja uma forma de carinho,
São tantas as “verdades” deste mundo
Jogadas como merda solta ao vento.
Prefiro então ladrar, mesmo sozinho,
Do que prostituir meu pensamento...