Celeste

Sob a névoa outonal da madrugada,

Sinto aromas distantes de jasmim;

Ouço passos ligeiros pela escada,

E uma voz que roufenha diz assim:

— Acelera os teus passos pela estrada,

Não ouviste o clamar do grão clarim?

É Celeste que morre… conspurcada

Pela febre que a abraça e a leva ao fim;

É Celeste? Meus Deus! Não…Não…Aguenta…

Veio a morte veloz na febre lenta;

Chego ao quarto, apressado e langoroso;

Sob os véus do seu leito à luz de vela,

Já repousa tão fria, branca e bela;

Como um anjo que expira vaporoso.

01 de Fevereiro de 2013