Atos de Escrita

Liberto nas palavras, sigo expurgando as desnecessidades

O porão de pensamentos por vezes expele traços borrados e tortos

Atingindo a superfície, adquirem novas formas e tonalidades

Jardim a permear o viver, a pura consciência sobrevive entre os mortos

Declaro que o perecível, é o que não nos cabe no pleno sustento

A honra que nos torna forte, é advinda das boas ofertas ao entorno

Eis que ofertar é sorrir, dispor as mãos dando pausa ao lamento

Pois a centelha que germina a vida, é provedora do bom contorno

Nesta lírica caminhada, não há espaço para arrogância

A soberba torna-se inócua ainda em primeira instância

Substancial e protéico, são os atos de escrita

Que permitem ao escriba o alimento que lhe é etéreo

Som que sustenta a alma no mais límpido estéreo

São as notas que nos salvam, a cura simplesmente prescrita

Leonardo Borges
Enviado por Leonardo Borges em 04/02/2013
Código do texto: T4121876
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