QUEM SOU EU?

Eu sou o resto podre da maçã

Que foi abandonado em praça pública.

Um quase sem ter nexos, amanhã

Jogado nem sou bola nem sou búlica.

Apenas vago o mundo, vida cã,

Nesta quaresma a esmo, perco a túnica

Despido do que fosse uma manhã

Nos trâmites, trambiques da república.

Sedado se fui dado ou se fugido

Não vivo mais em buscas estrambóticas.

Exóticas verdades tenho tido,

Há sido o que bem ácido, contei.

As ilusões que tenho são as de óticas.

Perdido no que fui nem quem sou sei...