As tuas mãos

As tuas mãos são pétalas divinas

De tom marfíneo e tônus tão perfeito;

São mãos que regem pulcras cavatinas,

Compostas na cabeça do meu leito.

São mãos que prestam honra às sabatinas,

Cobertas pelo negro véu, que é feito

Das lágrimas mais puras de meninas,

Dos anjos moribundos do meu peito.

São mãos de freira, monja e pecadora,

Cujo perfume a natureza adora;

São mãos perfeitas... magras... mãos de neve.

São mãos que secam meu suor nervoso,

A batizar-me o derradeiro gozo,

Na extrema unção, quando me sinto leve.

21 de Fevereiro de 2013