Xadrez

Mova-se cadavérico o enigma do amor sonoro

E arrepia-me gotejando a luz no teto celeste

A cortina d’água fria em chama se transveste

Mova-se noturno o silêncio num dia canoro

Barrica de figo amargo deste pé terreiro, Sinhá!

Uma balburdia mulher, das dores do teu ventre,

Doía tanto que lembrava minha chaga maculada

Rorejando na vesana do lusco que me mente.

Negavas com felicidade minhas juras eternas

Tomando meu folego sufocando meu espírito

Descartou-me à aurora nas águas das termas

Meu brado heroico é o movimento que omito

Um outrora símio que rugia na polpa da relva

Injuriado pela coragem que não deveria ter dito.

Renato Narciso e O ancião e soul-amador
Enviado por Renato Narciso em 25/02/2013
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