Despedida

Despedida

Quantas vezes esperamos algo que nunca chega?

Esperamos tocar a mão que se move arisca

De nossos sonhos, e das nossas horas não mais risca

O tempo com sua expressão meiga!

Os olhos ficam perdidos em espaços minúsculos,

Não sabem se encontrar em si mesmos

E ficam olhando o horizonte a esmo

Esperando daquele fim o crepúsculo!

O beijo que não foi dado amarga

Como o vinho em aberto, e com seu gosto acre

A nossa garganta junto com nossos olhos embarga...

Mas a vida é um não fazer da morte;

E teus sonhos mesmo tu sendo senil, álacres

Residem em mim, num beijo que nunca foi, e nunca morre!

nicolas orwell
Enviado por nicolas orwell em 17/03/2007
Reeditado em 23/03/2007
Código do texto: T415949
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