Despedida
Despedida
Quantas vezes esperamos algo que nunca chega?
Esperamos tocar a mão que se move arisca
De nossos sonhos, e das nossas horas não mais risca
O tempo com sua expressão meiga!
Os olhos ficam perdidos em espaços minúsculos,
Não sabem se encontrar em si mesmos
E ficam olhando o horizonte a esmo
Esperando daquele fim o crepúsculo!
O beijo que não foi dado amarga
Como o vinho em aberto, e com seu gosto acre
A nossa garganta junto com nossos olhos embarga...
Mas a vida é um não fazer da morte;
E teus sonhos mesmo tu sendo senil, álacres
Residem em mim, num beijo que nunca foi, e nunca morre!