O amor e os poetas do cotidiano

Pensei que o amor fosse como os ventos vespertinos

das campinas, que nos esfriam sem maltratar

que fosse valente e protetor como o fogo equilibrado

que nos aquece na madrugada fria de inverno sem chuva

Pensei ainda que fosse magnífico como aquele azul

que a gente só vislumbra do avião a 37 mil pés

que fosse doce e gostoso como o sapoti que aprendi

a saborear ano passado e cuja doçura não enjoa

Todavia tive de aprender que há amor e amor

pois nossos sentidos e emoções são tão fluidos

quanto fluida é a percepção sobre amor entre

os poetas do cotidiano, i.e., qualquer pessoa

que olha para a vida como o menino do mato

olha pra cidade grande: com medo e esperança

Janete Santos
Enviado por Janete Santos em 18/03/2007
Reeditado em 18/09/2020
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