A MORTE DO POETA
Não sou como o que descrevi abaixo, por isso não sou um grande poeta e mesmo que o fosse, há num dos meus sonetos a aplicação do ditado “louvor em boca própria é vitupério”.
Quis fazer este em memória a Castro Alves, um dos grandes poetas da nossa história, que findou sua vida, suas paixões e suas poesias, jovem, aos vinte e quatro anos de idade. Este mesmo poeta que em NAVIO NEGREIRO nos diz versos que se coadunam aos nossos dias:
“ Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus ”...
A MORTE DO POETA
AYRES KOERIG
Gostava imensamente de poesia,
Era de fato bom versejador.
No seu semblante a imagem refletia,
Toda nobreza do seu grande amor,
Que intrínseco e fluente bem dormia
Lá no seu coração de trovador.
Em sua vida tudo era harmonia.
Jamais sua alma teve ódio ou rancor.
Inúmeras paixões houve na vida,
Porém, nenhuma delas o venceu.
Lutou e conseguiu ser sempre um forte,
Por mais que a pugna fosse em si renhida.
Da mocidade quando no apogeu,
Um triste fim causou-lhe a sua morte!