A MORTE DO POETA

Não sou como o que descrevi abaixo, por isso não sou um grande poeta e mesmo que o fosse, há num dos meus sonetos a aplicação do ditado “louvor em boca própria é vitupério”.

Quis fazer este em memória a Castro Alves, um dos grandes poetas da nossa história, que findou sua vida, suas paixões e suas poesias, jovem, aos vinte e quatro anos de idade. Este mesmo poeta que em NAVIO NEGREIRO nos diz versos que se coadunam aos nossos dias:

“ Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se é loucura... se é verdade

Tanto horror perante os céus ”...

A MORTE DO POETA

AYRES KOERIG

Gostava imensamente de poesia,

Era de fato bom versejador.

No seu semblante a imagem refletia,

Toda nobreza do seu grande amor,

Que intrínseco e fluente bem dormia

Lá no seu coração de trovador.

Em sua vida tudo era harmonia.

Jamais sua alma teve ódio ou rancor.

Inúmeras paixões houve na vida,

Porém, nenhuma delas o venceu.

Lutou e conseguiu ser sempre um forte,

Por mais que a pugna fosse em si renhida.

Da mocidade quando no apogeu,

Um triste fim causou-lhe a sua morte!

Ayres Koerig
Enviado por Ayres Koerig em 13/03/2013
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