Tela de OTAVIO JM - O Despertar da Musa
Calaste-me!
Eliane Triska
As visões do meu mundo são de idas
Aos vales, pastorear as terras frias:
Matéria dos meus choros e outras lidas
Então, ao fim me lanço? Tu me atiras!
À mão armada, os ventos delinquentes
Castigam-me com pedras seculares,
E os frios olhos soberbos, inclementes,
São teus! Altivos negros dos Palmares!
Aonde, eu limpo o pó do meu turbante,
Eu limpo as escrituras que edifico
Nas marcas dos teus pés deixadas antes,
Com olhos, (aberturas do infinito),
Que agora serão meus interrogantes:
Por que calas em nós, enquanto eu grito?
Canoas, março de 2013/RS