Soneto da Metalinguagem Amorosa

Ela pode traduzir os meus prazeres.

Meus prazeres de sentir, de apreciar...

De poder viver o belo e de amar...

Projeção dos meus mais íntimos quereres.

Ela é à cada verso uma homenagem

Como Eros enxergando seu reflexo

E eu escuto seu discurso tão perplexo,

E ela é minha, minha só metalinguagem.

E ela sente a beleza que apetece,

Que me agrada e me faz querer sorrir...

Ela vive a poesia que anoitece.

Ela mora na imagem que descreve.

Falta muito ainda pra ela descobrir

Que ela própria é um poema que se atreve?