ÚLTIMO DESEJO
ÚLTIMO DESEJO
Na alcova, douda, distante da vida,
Estão teus olhos lindos, doce olhar...
Contristado, com minha alma tolhida,
Caminhando ao suplício devagar.
O destino, este algoz que não tem par,
Flagelando-me, abrindo outras feridas
Conduz-me ao martírio de esposar
Uma pessoa que não é por mim querida.
Tento fugir, não vejo uma saída
Sinto a gélida morte me tocar
Sinto bem perto minha despedida
Mas antes de partir deixa eu te olhar!
Permita-me tocar-te a tez, querida,
Deixa inda uma vez teus lábios beijar!
(Cisne Negro)