E SE...

E se a tarde que vem vindo cair algo a revelia...

Como quem, tão de repente, já se nega a ficar

Não se ausente o entardecer dessa fria nostalgia,

Que do outono se soltou para em mim poetizar...

E se a folha que se solta, fosca, fraca, sem sentido...

Já flutua no horizonte sem ter nítida direção,

Seja a lua a despertar, cheia, forte, em todo brilho!

A acolher sua trajetória... assim que tocar seu chão.

Mas se a noite tão escura procurar por liberdade...

E das correntes das saudades mesmo assim não se soltar,

Seja o verso de improviso da tal folha que se evade

A juntar-se à realidade duma noite sem luar.

Seja a luz do interstício dos meus versos em solstício!

Semi tom dum lusco- fusco, se a tarde não brilhar...