Paliativo imperioso

Estremeço quando suas palavras baldias

Tão esperadas em tempos longínquos

Vêem escoltadas em frases ocas e frias

Apostando reconstituir sentidos oblíquos

Nesse delírio perde-se no vácuo meu sentir

Entorpecida, fico à mercê da faltante lucidez

Que me rouba as forças e o ímpeto de fugir

O que um dia foi febre, hoje é escassez

Se a explosão outra vez adiada não obstante

Deposita no vácuo, sem pudor, esse gosto de fel

Arrasta-me então solitária, num caminho vibrante

Um itinerário envolvente, porem cínico e cruel

A esse atalho sem emoção, me transporta

Paliativo para um ardor, que já não importa...

Glória Salles

-Registro na Biblioteca Nacional

-Ministério da Cultura

-E.D.A.

Glória Salless
Enviado por Glória Salless em 01/05/2013
Código do texto: T4269732
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