Azul

(F.M.B)

Este horizonte azul que me apavora

E esmaga-me diante do infinito

É um prenúncio, querida, desse aflito

E imenso temporal que me devora.

O mesmo azul do mar, a mesma aurora,

Que um dia em poesia houvera escrito,

Arranca do meu peito o horrendo grito

De quando tudo em cinza se descora.

Porém, nessa existência incongruente

Na qual meu ser apático equidista

Existe um ponto, apenas um somente,

Longe do azul, amargo e derrotista,

Onde me amparo sempre eternamente

No azul de vossos olhos de ametista.

Henrique de Castro Silva Junior
Enviado por Henrique de Castro Silva Junior em 28/03/2007
Reeditado em 28/03/2007
Código do texto: T428680
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