ROSEACRUZ (a Fernando Pessoa)

Mestre, são plácidas as minhas mãos,

Meu caminhar é incerto e inseguro,

Minha tez desperta meus senãos…

Em cruz me disponho e ao futuro.

Mestre, se não me indicas o caminho,

Como poderão meus passos ser provir,

Aqui me encontro, e vou sozinho,

Ó Mestre, procurar o que estou a sentir!

Mas, ó Mestre, se nem eu sei o que sinto,

Como então saber o que há-de vir,

Se isto é tudo e nada do que pressinto!

Mestre, para quando, aqui, o teu semblante!

Se nem eu sei para aonde ir,

Como saber de tua chegada doravante.

Jorge Humberto

24/03/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 28/03/2007
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