O Coveiro

Chega outro corpo imóvel ao sepulcro,

Logo após outro chega e tantos outros

Vão chegando, alguns simples, alguns doutos

E o coveiro a enterrá-los sem escrúpulo.

Exerce seu trabalho como um fulcro

Automático, alheio as dores doutros,

Nem choro, nem dilemas, tendo noutros

O foco, não lhe move dano ou lucro.

Tenho na vida um campo santo imenso,

Onde o couveiro tem trabalho intenso,

Enterrando um a um seus defuntos.

São meus tantos sonhos e projetos

Transformados em fétidos dejetos,

Sepultados na crípta todos juntos.

Alagoinhas-BA., 15/05/2013

Um Piauiense Armengador de Versos
Enviado por Um Piauiense Armengador de Versos em 23/05/2013
Reeditado em 18/08/2015
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