Soneto Inclinado
São muitos os momentos de solidão
E eu que não acredito mais no mundo
Não sei o que fazer da vida
Quando não se sabe o porquê do existir.
Cavamos na pedra e-ter-na-men-te
Plantamos a semente do suor
E quando muito o solo é árido
E quando fácil o fruto é sal.
Mas persistimos perseguindo um ideal
A fogo-e-ferro, a ferro-e-fogo
Mais preocupados em sobreviver
Quase sempre mais carentes que queridos
E seguimos sem rumo certo
E agora...
Mais voltados para o não morrer.