DESILUSÃO
Na garganta um grito que se perdeu,
No peito uma cicatriz que não fechou.
São despojos de alguém que nem lutou
E o espólio de alguém que nem morreu;
Pedaços que o tempo já corroeu
Dos sonhos que meu coração sonhou;
A lágrima que em meu rosto deslizou
E, nem sequer, alguém se comoveu;
Vazios de abraços que não terei;
O gosto de beijos que nem provei
E aquela frustração que me tomou;
A sensação de nada ter valido
Num tempo que, por fim, se fez perdido
Com quem disse me amar e não me amou...