“Rico tem veia poética; pobre tem varizes.”
Patologia poética
Minha velha safena varicosa
(cheia de nós por toda a trajetória)
é testemunha viva da história
da touça de capim que dava rosa.
Poeta execrado da memória
(um cisco sob o lixo do parnaso)
eu não sou pobre apenas por acaso,
mas por ser parte inata da escória.
Aos nobres imortais da Academia
de Letras, eu dedico a poesia
da minha velha, e torta, e triste veia:
um soneto banal, de rima pobre,
com um fecho de ouro, feito em cobre,
sob um facho de luz de lua cheia.
Patologia poética
Minha velha safena varicosa
(cheia de nós por toda a trajetória)
é testemunha viva da história
da touça de capim que dava rosa.
Poeta execrado da memória
(um cisco sob o lixo do parnaso)
eu não sou pobre apenas por acaso,
mas por ser parte inata da escória.
Aos nobres imortais da Academia
de Letras, eu dedico a poesia
da minha velha, e torta, e triste veia:
um soneto banal, de rima pobre,
com um fecho de ouro, feito em cobre,
sob um facho de luz de lua cheia.