LIXEIROS I e II

LIXEIROS I

Fortes debates, conceitos.

Grandes, todas as teorias.

A realidade tem seus defeitos,

Recomeça todos os dias.

E num dia frio e chuvoso,

que na minha porta não bate,

o lixo mais volumoso

nunca entra no debate.

Ou melhor? O lixo, a reciclagem,

em discursos que reagem,

sempre estão entre os primeiros.

Mas aquele ser humano,

que não nasceu por engano,

continua o “Teu”, “Meu” ,“LIXEIRO”.

LIXEIROS II

Cacos de vidro, pobreza.

Cortes da vida e do capital.

Lixos da tal nobreza,

não sócios do social.

Anônimos tão presentes,

feito o cú que limpa o corpo.

Desprezados, ausentes

da festa do mundo porco.

Lixeiros que limpam merdas

de tantas pessoas lerdas

que não limpam seu chiqueiro.

No frio, na chuva, tal bicho,

recolhem o “NOSSO” lixo

e dizemos que são “LIXEIROS”.

Ernesto Braga
Enviado por Ernesto Braga em 01/06/2013
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