VERSANDO O NADA
Odir Milanez
 
 
 
Versando o nada, faço um quase-tudo.
Um quase-tudo em obra inacabada.
E quase em tudo o quase-nada ajudo:
melhor um quase tudo do que nada...
 
Mesmo que a musa, muda, for levada
a me inspirar soneto surdo e mudo,
se o nada surdo e mudo a ela agrada,
 em surdo-mudo e nada eu me transmudo.
 
Não é de bom agrado quando escuto
que o verso meu, à beira do absurdo,
nenhuma causa acusa, um só minuto.
 
Sem ter como calar a musa, urdo
fazê-lo arcano, ardente, audaz, arguto,
 amoroso, falante...  e um pouco surdo!
 
 
JPessoa/PB
18.06.2013
oklima

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Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos vazios...

 
 
oklima
Enviado por oklima em 18/06/2013
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