VARIAÇÕES ÍNTIMAS.

Às vezes de mim mesmo eu me esqueço,

e deixo sufocar meu “eu” menino,

que à tona dos meus olhos vê o destino

com as mansas purezas que me aqueço.

Às margens desse céu eu emudeço,

e faço-me viver como assassino

de alguns largos sorrisos de menino

pra dar vida ao maduro que pareço.

Se ao menos eu pudesse estar amando,

e sendo amado co’um amor infindo,

poria o meu menino no comando.

No entanto vou chorando, mas sorrindo,

e vou sorrindo quando estou chorando

tentando me vestir de mundo lindo.