Doce passado.

No silêncio destas noites de inverno

Ah, Anjo! Tristíssimo ainda me lembro

Daquelas tardes, no fim de novembro,

Quando nosso amor parecia eterno.

Lembro do teu olhar, tão simples e terno,

Que procurava o meu, sem assombro.

E quando cochilava em meu ombro

Esquecendo de teu desgosto interno.

Apenas no passado posso ter-te

E se de outra forma eu desejar ver-te

Será no leito em que está sepultada.

Mas me espere, querida donzela,

Pois já vejo a morte, altiva e bela,

A me preparar a cruel facada.

Vinicius Marques
Enviado por Vinicius Marques em 30/06/2013
Reeditado em 30/06/2013
Código do texto: T4365564
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.