Passageiro

Vivemos  acalentados pelos tempos
vozes perdidas de algum pensamento
indagações em respostas das solidões
íntimos apelos dos nossos momentos
 
Nada  a declarar dos ditames da vida
a  viver sem ver sentido no que  finda
dizer do bem das intenções que ainda
aceleram o coração na dor da partida
 
 Parecendo quando uma flôr desfolha
chega a hora sem termos mais escolha
esvai-se a  mente no volátil do profundo
 
Numa onde tudo  se vai involutariamente
cruza-se mãos vazias na passagem extreita
na última viajem para um outro mundo.