Alma exposta

Minhas ideias a preço de mercado

amargando empoeiradas na prateleira

a espera de quem as compre logo

a demora apodrece o maduro já.

Me assusta o comércio é claro

de algo que me é caro

de repente minha alma exposta

como banana na feira, não.

Ser visto como fruta na quitanda não quero

como pera que não sou, nem mamão

não quero mãos me folheando e só.

Não me vejo sobrando nas livrarias

vendo o povo que passa e não lê

quando escrever pra mim é viver.