HOMEM OBJETO II

Se o teu infame tédio retornar, menina,

põe na cova esta vida quase intolerante,

vem comigo, abrasa o prazer nesse instante,

e veste o doce véu de Vênus concubina.

Agarra a tua vontade plena e cristalina

que inflama esse teu corpo quente, delirante,

vem dançar nos prazeres profanos de amantes

se o anseio com garras te encara e fulmina.

Nesta hora os segundos são somente teus,

degusta esse teu fogo, te sirva de mim

num rito endoidecido de um momento ateu.

Sou o homem que te entende, teu objeto sim,

mas amo ouvir os teus gemidos no apogeu,

e sentir teus tremores sempre até o fim.