Dor que não passa

Porque molhar papel com tinha fria

Se a dor desta saudade nunca passa?

Se a lágrima que o texto borraria

É a mesma que a vista sempre embaça?

Se ela se foi de minha companhia

Porque a vejo onde a lembrança passa

E lágrima teimosa e fugidia

Seu nome no papel teimosa traça?

Quisera consolar-me como tantos

Que em meio a dor que lhes arranca o pranto

Diriam: Ela agora está com Deus.

Mas Este que na dor encontra encanto,

Se existe, se escondeu em algum canto,

Fugindo das perguntas de um ateu!

Manhuaçu (MG), 26 de julho de 2013, 16:45 hs.