BABEL

No dia anoitecido que desperta

de sol, tristonha estrela vacilante,

revoa a borboleta torta, incerta

da lívida esperança dissonante.

Que chora, pois a gente não se alerta,

soberba de babel prossegue avante,

rompendo nuvem, céu e porta aberta

daquele que no ameno é caminhante.

Na borboleta exausta da esperança,

a fera intolerância grassa, avança,

comendo tudo em sua sanha farta.

Minando a resistência à bruta gula,

vencida, a borboleta se acasula

e toda pelo avesso, se enlagarta.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 30/07/2013
Código do texto: T4411319
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