PRESSA

Reduz a vida a único segundo,

fugaz, vazio acúmulo insensato,

enquanto esmaga o parco tempo ao fundo

e a pressa o enterra afoita, doida, a jato.

Precisa de engolir num gole o mundo

e sempre se instalar no instante exato;

tocar o vão pairante no fecundo

momento sob o outrora do imediato.

Na cega sanha urgente em trilha história,

pensando assim domar a trajetória,

prossegue em seu voraz correr correr.

Que tolo, não percebe ser escravo

da atroz, veloz rotina, fado pravo,

refém do automatismo até morrer.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 30/07/2013
Reeditado em 31/07/2013
Código do texto: T4411748
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